quarta-feira, 31 de março de 2010

Ameaça de privatização da Cagepa será debatida na Assembléia Legislativa

As ameaças de privatização e o aumento das reclamações contra os serviços prestados à população pela Companhia de Água e Esgotos da Paraíba (Cagepa) serão debatidos pela Assembléia Legislativa da Paraíba (ALPB) durante sessão especial solicitada pelo deputado estadual Lindolfo Pires (DEM), primeiro-secretário da mesa diretora da Casa.
O requerimento (414/2010) foi encaminhado no último dia 19 e, com aprovação em plenário, a mesa diretora irá definir nos próximos dias a data e horário de realização da sessão especial. “Vamos debater o tema da privatização as Cagepa. Pois há quem garanta que a empresa está sendo sucateada de forma intencional para formar na opinião pública a idéia de que o melhor caminho para a melhoria dos serviços seria a privatização”, informa Lindolfo Pires.
O parlamentar lembra que recentemente o também deputado estadual Quinto de Santa Rita (PMDB) levantava a tese de que há um processo em curso idealizado pelo próprio diretor da Cagepa, Alfredo Nogueira, para a privatização da empresa.
Alfredo Nogueira trabalhou durante décadas na iniciativa privada nos quadros de funcionários do Grupo Votorantin, cujo interesse atual está sendo voltado, também, para os serviços de esgotamento sanitário. E Lindolfo lembra as palavras de Quinto: “Estaria desmontando a Cagepa a fim de que a população clame pela privatização”.
Além do presidente e dos demais diretores da Cagepa e da participação popular, o requerimento de Lindolfo Pires espera contar na sessão especial com a presença dos representantes do Sindicato dos Trabalhadores na Indústria da Purificação, Distribuição de Água e em Serviços de Esgoto do Estado da Paraíba (Stipdase-PB).

História
A história do abastecimento público na Paraíba se confunde com o início da colonização portuguesa no estado. Uma série de fatos se sucedeu até 26 de julho de 1972, quando as companhias de Saneamento da Capital (Sanecap) e de Saneamento de Campina Grande (Sanesa) foram incorporadas pela Companhia de Água e Esgotos da Paraíba (Cagepa). Dessa união, surgiu a empresa, nos moldes mantidos até hoje.
O primeiro manancial público que serviu à população da Capital foi a fonte situada no sítio do Padre João Vaz Salem, onde fica hoje o Mosteiro de São Bento. Ali foi construído, em 1599, um chafariz no governo do presidente Frederico Carneiro da Cunha. Essa fonte era também conhecida como ‘Bica dos Milagres’.
Outros mananciais públicos e particulares foram criados até a primeira tentativa de disponibilizar água encanada para a população pessoense. Entre elas estão Bica do Tambiá; Cacimba do Povo; Bica de Maria Feia; Cacimba de Doutor Cícero e Cacimba de Maroca Estrela. O abastecimento de água em João Pessoa foi inaugurado no dia 21 de abril de 1912, durante o governo de João Lopes Machado.
O primeiro projeto para a implantação de um sistema de esgotamento sanitário na Paraíba aconteceu em 26 de junho de 1922, quando foi autorizado empréstimo para a construção de uma rede de esgotos em João Pessoa. Outras experiências de implantação de sistemas de abastecimento foram implementadas em vários municípios paraibanos, embaladas pela criação das comissões municipais de abastecimento.
A Sanesa foi criada em 4 de novembro de 1955. Onze anos depois, em 1966, foram constituídas, no dia 30 de dezembro, a Sanecap e a Cagepa, que tinha abrangência estadual. As três empresas funcionaram paralelamente até 1972, quando houve a unificação de todas as companhias, que passaram a funcionar como Cagepa. Desde então, praticamente todas as cidades paraibanas passaram a ser atendidas pela companhia.

Fonte: Stipdase-PB

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