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Manifesto dos Trabalhadores Urbanitários Contra a Privatização do Saneamento

A Comissão de Serviços de Infraestrutura do Senado Federal, Presidida pelo Senador Fernando Collor de Mello, apresentou quatro (4) Projetos de Lei que tratam direta ou indiretamente da prestação dos serviços de saneamento.
O principal deles, e que ataca frontalmente o setor, é o PL nº96/10. Trata-se, sem dúvida nenhuma, de mais uma investida do setor privado contra os avanços obtidos pelo setor nos últimos anos, sobretudo, no que se relaciona a celebração de contratos de programa, conforme preconizado na Lei 11.107/05, Lei de Consórcios Públicos, em seu artigo 13.
Caso o Projeto seja aprovado, não será mais permitida a celebração de contratos, sem licitação, entre municípios e operadores públicos de saneamento. Isso afetará claramente as Companhias Estaduais de Saneamento, justamente em um momento em que vencem a maioria dos contratos de concessão.
Os trabalhadores do setor de saneamento, que tem sua história marcada pela luta contra a privatização, não aceitarão mais essa tentativa, orquestrada pelos defensores do neo-liberalismo, que acordam dos eu berço esplendido, para impingir uma derrota dessas proporções à sociedade brasileira.
Todos sabem o que significou as privatizações dos serviços públicos no Brasil e no mundo, na maioria dos casos, piora na qualidade da prestação dos serviços, aumento de tarifas e precarização do trabalho. O saneamento esta ligado à saúde pública, necessita de investimentos em áreas carentes, que não interessa ao setor privado. Além do mais, os artigos 14 e 16 do PL em questão, já preparam o terreno para atuar nas regiões metropolitanas, onde se concentram as maiores arrecadações tarifárias.
A agenda do setor hoje, colocada pala sociedade e apoiada pelo governo Lula é outra, mais investimentos para o saneamento, regulamentação da Lei 11.445/07, elaboração do Plano Nacional de Saneamento Básico, criação e fortalecimento dos instrumentos de controle social.
Já derrotamos, junto com a Frente Nacional Pelo Saneamento Ambiental, outras tentativas desse tipo. Não mediremos esforços para superar mais esse desafio.
• Contra o PL 96/10
• Pela universalização do acesso dos serviços de saneamento
• Em defesa do serviço público com qualidade e controle social


Federação Nacional dos Urbanitários
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AUDIÊNCIA PÚBLICA ARSESP

A ARSESP - Agência Reguladora de Saneamento e Energia do Estado de S. Paulo irá realizar AUDIÊNCIA PÚBLICA sobre a metodologia e os critérios para determinação da base de remuneração regulatória dos ativos utilizados na prestação de serviços pela Sabesp.
Trata-se de tema relevante na medida em que muitos Municípios ficam refém da SABESP ao manifestarem que pretendem não estabelecer novo contrato com a empresa, já que quando da assinatura do contrato de concessão, foi definido regra que fala em indenização de ativos caso o município opte por alternativa que não manter a SABESP. Normalmente o valor de indenização de ativos é elevado e os critérios para sua definição não são transparentes. Além do mais não levam em consideração a parcela de valor já amortizada pelas receitas de tarifas. Não raro essas questões se transformam em morosas ações judiciais.
Essa oportunidade, portanto, se configura como importante, na medida em que esse debate deva ser feito de forma técnica e na ARSESP, que é o órgão regulador do saneamento.

Audiência Pública

AGÊNCIA REGULADORA DE SANEAMENTO E ENERGIA DO ESTADO DE SÃO PAULO – ARSESP
AVISO DE AUDIÊNCIA PÚBLICA Nº 01/2010
Metodologia e Critérios para Determinação da Base de Remuneração Regulatória dos ativos dos Serviços de Saneamento Básico prestados pela Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo – Sabesp
A Diretoria da Arsesp, nos termos do artigo 5º da Lei Complementar nº 1.025, de 7 de dezembro de 2007, COMUNICA aos usuários e agentes do setor de abastecimento de água e esgotamento sanitário, bem como aos demais interessados, que realizará AUDIÊNCIA PÚBLICA, conforme abaixo, visando obter subsídios e informações adicionais para o aprimoramento da minuta de Deliberação a ser expedida pela Arsesp sobre a metodologia e os critérios para determinação da base de remuneração regulatória dos ativos utilizados na prestação dos serviços de abastecimento de água e esgotamento sanitário pela Sabesp.
O Regulamento da AUDIÊNCIA PÚBLICA estará à disposição dos interessados a partir de 12/04/2010 nos seguintes endereços:
- INTERNET = http://www.arsesp.sp.gov.br - Audiência Pública Nº 001/2010.
- Rua Boa Vista, nº 170, Edifício Cidade I, 4º andar – CEP: 01014-000 - São Paulo – SP
As minutas de Deliberação e de Nota Técnica propostas estarão disponíveis no site da Arsesp acima mencionado a partir de 12/04/2010.
A AUDIÊNCIA PÚBLICA é aberta ao público em geral e será realizada no Auditório Espaço da Cidadania “André Franco Montoro”, situado no Pátio do Colégio, 184, Centro, 1016-040, São Paulo/ SP, na data e horário abaixo definidos.
A participação deverá ser na forma estabelecida no Regulamento da AUDIÊNCIA PÚBLICA.
Data: 07/05/2010 (Sexta-feira).
Horário: A partir das 14h30 até as 18hs.
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Edson Aparecido da Silva
Assessor de Saneamento
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Novo marco regulatório do saneamento básico integra pauta da CI

O presidente da Comissão de Serviços de Infraestrutura (CI), senador Fernando Collor (PTB-AL), acaba de iniciar reunião do colegiado para analisar uma pauta com cinco itens, entre os quais quatro anteprojetos que tratam do novo marco regulatório do saneamento básico. As propostas receberam voto favorável do relator, senador Eliseu Resende (DEM-MG), para que se tornem projetos de lei de autoria da CI e sejam votados no Senado.
Primeiro item da pauta do colegiado, o Anteprojeto de Lei 1/10 assegura isonomia entre empresas públicas, privadas e sociedades de economia mista nas licitações para a prestação de serviços públicos de saneamento. Esse e os demais anteprojetos (2/10, 3/10 e 4/10), de autoria do senador Fernando Collor (PTB-AL), foram elaborados a partir de sugestões recebidas de autoridades e especialistas que debateram o tema com os senadores em audiências públicas.
As propostas vão aperfeiçoar o marco regulatório do setor, segundo Eliseu Resende. O objetivo do Anteprojeto 1/10, observou, é explicitar a necessidade de que toda delegação de serviço para o setor privado que não pertence à administração indireta está sujeita ao regime da concessão de serviços públicos, devendo, portanto, ser precedida de licitação.

Fonte: Agência Senado
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Infraestrutura apresenta projetos para atualizar marco regulatório do saneamento básico

Quatro projetos de lei* que têm por objetivo atualizar e modernizar o marco regulatório do saneamento básico, todos de iniciativa da Comissão de Serviços de Infraestrutura (CI), começarão a tramitar pelas comissões da Casa nos próximos dias. A decisão de apresentar os textos foi tomada pela comissão na reunião desta quinta-feira (8), a partir da aprovação de quatro anteprojetos de autoria do presidente do colegiado, Fernando Collor (PTB-AL).
As proposições foram fruto de audiência pública realizada em novembro do ano passado na CI para discutir, com especialistas, o tema "Saneamento Básico: Situação do País e Propostas de Soluções".
Ao apresentar parecer favorável às propostas, o relator dos anteprojetos, senador Eliseu Resende (DEM-MG), afirmou que é preciso discutir a fundo a questão do saneamento básico no Brasil, principalmente para evitar que desastres climáticos, como os que estão ocorrendo atualmente no Rio de Janeiro e em Niterói, continuem causando vítimas.
- Esses projetos vão aprimorar o marco regulatório do saneamento básico. Esta é uma necessidade da legislação brasileira - argumentou o senador, ao se reportar à Lei 11.445, de 5 de janeiro de 2007, que estabelece as diretrizes nacionais para o saneamento básico.
Isonomia
O primeiro projeto restabelece a isonomia entre empresas públicas, sociedade de economia mista e empresas privadas para prestação de serviços públicos. Ao defender a medida, Eliseu explicou que a proposta visa definir o município como poder concedente do saneamento básico, estabelecendo que a concessão para serviços nessa área tem que ser obrigatoriamente precedida de licitação, como prevê a Lei 8.666/93.
- Há várias empresas estatais dedicadas ao saneamento básico que se julgam no direito de receber a tarefa de prestar o serviço em cidades brasileiras sem licitação. A lei é clara: a contratação, seja de empresa pública ou privada, tem que ser feita mediante licitação - argumentou o relator.
Ainda conforme o senador, o segundo texto tem como ponto central exigir a elaboração de projeto básico de engenharia para instruir investimentos e apoio da União a iniciativas municipais e estaduais. Já a terceira proposta autoriza a transferência de recursos do Fundo Nacional de Saúde (FNS) também para projetos de saneamento básico, além da área da saúde.
O objetivo do quarto projeto, de acordo com o relator, é proibir a regularização fundiária e a implantação de infraestrutura urbana em áreas de risco, como, por exemplo, as encostas de morros.
- É um projeto da maior importância em vista do que estamos assistindo nas cidades brasileiras, principalmente no Rio e em Niterói - justificou Eliseu.
Preocupação
Ao final da explicação do relator, o senador Flexa Ribeiro (PSDB-PA) disse que duas questões o preocupam nesses projetos. A primeira é com relação à exigência de projeto básico para a liberação de recursos federais para obras de saneamento básico. O parlamentar pelo Pará explicou que o ideal seria exigir projeto executivo, que é o detalhamento do projeto básico e fundamental para se calcular os recursos necessários para a obra. A segunda preocupação é a transferência de recursos do Sistema Único de Saúde (SUS) também para o saneamento básico.
- Concordo que investimentos em saneamento básico evitam gastos com saúde, mas os recursos do SUS são insuficientes para cobrir os gastos com a própria saúde e agora, pelo projeto, serão também destinados para o saneamento básico - alertou Flexa.
Fernando Collor explicou que o texto não retira recursos do SUS, mas apenas permite a liberação de recursos do FNS para, "eventualmente, serem utilizados em saneamento básico". Já com relação à exigência de apresentação de projeto executivo, o senador explicou que a Lei das Licitações somente faz menção a projeto básico.
- Temos que elaborar uma proposta com base na Lei 8666/93, na qual está somente colocado o projeto básico. Se colocarmos o projeto executivo, entramos em conflito com a lei - explicou o autor dos quatro anteprojetos.
As propostas foram elogiadas pelo senador Jayme Campos (DEM-MT), para quem é preciso ampliar investimentos em saneamento básico, mas sem perder o foco na saúde.
- A saúde pública no Brasil está falida. Cerca de 60% das cidades não têm médicos porque os salários são baixos - registrou o senador pelo Mato Grosso.

Valéria Castanho / Agência Senado (Reprodução autorizada mediante citação da Agência Senado)
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CI apresentará quatro projetos para atualizar marco regulatório do saneamento

A Comissão de Serviços de Infraestrutura (CI) acaba de encerrar reunião desta quinta-feira, com a aprovação de iniciativa para que o colegiado apresente quatro projetos de lei para atualizar e modernizar o marco regulatório do saneamento básico. As proposições foram fruto de audiência pública realizada em novembro do ano passado na CI para discutir, com especialistas, o tema "Saneamento Básico: Situação do País e Propostas e Soluções"*.

(Reprodução autorizada mediante citação da Agência Senado)
*Comissão de Infraestrutura Segunda-feira 30 de novembro de 2009 – 18 horas Saneamento – A comissão continua a debater a Agenda 2009-2015, sobre desafios estratégicos setoriais na infraestrutura. Para o terceiro painel, "Saneamento básico – Situação do país e propostas de soluções", foram convidados: - Fundação Nacional de Saúde (Funasa), Francisco Danilo Forte; - Instituto Trata Brasil, Raul Pinho; - Companhia Nacional de Saneamento (Conasa), Mário Vieira Marcondes Neto; - Universidade Federal de Campina Grande, o professor Francisco de Assis Salviano de Sousa.

Fonte: Agência Senado
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Comissão apresenta projetos para atualizar normas de saneamento

Comissão apresenta projetos para atualizar normas de saneamento
Quatro projetos de lei que modernizam a legislação de saneamento básico, todos de iniciativa da Comissão de Serviços de Infraestrutura (CI), começarão a tramitar pelas comissões do Senado nos próximos dias. A decisão de apresentar os textos foi tomada pela CI em sua reunião de ontem, e teve como base quatro anteprojetos elaborados pelo presidente do colegiado, Fernando Collor (PTB-AL). As proposições aproveitaram dados recolhidos em debate realizado em novembro de 2009.
Ao apresentar parecer favorável às propostas, o relator dos projetos, senador Eliseu Resende (DEM-MG), afirmou que é preciso discutir a fundo a questão do saneamento básico, principalmente para evitar que desastres climáticos, como os que ocorreram no Rio de Janeiro e em Niterói, continuem causando vítimas. Municípios – É uma necessidade da legislação brasileira – destacou Eliseu, ao se referir à Lei 11.445, de 5 de janeiro de 2007, que estabelece as diretrizes nacionais para o saneamento básico. O primeiro projeto da CI restabelece a isonomia entre empresas públicas, sociedades de economia mista e empresas privadas para prestação de serviços públicos. Ao defender a matéria, o senador explicou que a proposta visa definir o município como poder concedente do saneamento básico, estabelecendo que a concessão para serviços nessa área tem que ser obrigatoriamente precedida de licitação, como prevê a Lei 8.666/93. – Há várias empresas estatais dedicadas ao saneamento básico que se julgam no direito de receber a tarefa do saneamento básico de prestar o serviço em cidades brasileiras sem licitação. A lei é clara: a contratação, seja de empresa pública ou privada, tem que ser feita mediante licitação – argumentou o relator. Projetos O segundo texto tem como ponto central, de acordo com Eliseu Resende, exigir a elaboração de projeto básico de engenharia para instruir investimentos e apoio da União a iniciativas municipais e estaduais. Já a terceira proposta autoriza a transferência de recursos do Fundo Nacional de Saúde (FNS) também para projetos de saneamento básico, além da área da saúde. O objetivo do quarto projeto, de acordo com o relator, é proibir a regularização fundiária e a implantação de infraestrutura urbana em áreas de risco, como as encostas de morros. – É um projeto da maior importância em vista do que estamos assistindo nas cidades brasileiras, principalmente no Rio de Janeiro e em Niterói – justificou Eliseu Resende. 95285

Fonte: Agência Senado
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Composição da Comissão de Serviços de Infraestrutura - CI

Senado Federal
Comissão de Serviços de Infraestrutura - CI
PRESIDENTE: Senador Fernando Collor
VICE-PRESIDENTE: Senador Eliseu Resende
Bloco de Apoio ao Governo (PT - PR - PSB - PC DO B - PRB)
Maioria (PMDB - PP)
Bloco Parlamentar da Minoria (DEM - PSDB)
Independentes (PTB – PDT)
TITULARES:
MT - Serys Slhessarenko (PT)
MS - Delcídio Amaral (PT)
SC - Ideli Salvatti (PT)
CE - Inácio Arruda (PC DO B)
RO - Fátima Cleide (PT)
TO - João Ribeiro (PR)
RJ - Francisco Dornelles (PP)
AP - Geovani Borges (PMDB)
RJ - Paulo Duque (PMDB)
PI - Mão Santa (PSC)
RO - Valdir Raupp (PMDB)
MA - Edison Lobão (PMDB)
MT - Gilberto Goellner (DEM)
MG - Eliseu Resende (DEM)
PI - Heráclito Fortes (DEM)
MT - Jayme Campos (DEM)
TO - Kátia Abreu (DEM)
AM - Arthur Virgílio (PSDB)
AL - João Tenório (PSDB)
PA - Flexa Ribeiro (PSDB)
GO - Marconi Perillo (PSDB)
AL - Fernando Collor (PTB)
RO - Acir Gurgacz (PDT)
SUPLENTES:
Marina Silva (AC - PV)
Paulo Paim (RS - PT)
Antonio Carlos Valadares (SE - PSB)
Eduardo Suplicy (SP - PT)
Neuto De Conto (SC - PMDB)
Hélio Costa (MG - PMDB)
Pedro Simon (RS - PMDB)
Valter Pereira (MS - PMDB)
Almeida Lima (SE - PMDB)
Antonio Carlos Júnior (BA - DEM)
Efraim Morais (PB - DEM)
Adelmir Santana (DF - DEM)
Rosalba Ciarlini (RN - DEM)
Demóstenes Torres (GO - DEM)
Cícero Lucena (PB - PSDB)
Mário Couto (PA - PSDB)
Álvaro Dias (PR - PSDB)
Sérgio Guerra (PE - PSDB)
Gim Argello (DF - PTB)
João Durval (BA - PDT)
Secretário: Álvaro Araujo Souza
Reunião: QUINTAS-FEIRAS - 8:30 horas - Plenário nº 13 - Ala Alexandre Costa
Tel. da Sala de Reunião: (61) 3303-3292
Telefones da Secretaria: (61) 3303-4607
Fax: (61) 3303-3286
E-Mail: scomci@senado.gov.br
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Senado suspende indicação de diretor da Agência Nacional de Águas

Senado suspende indicação de diretor da Agência Nacional de Águas
O terceiro-secretário da Mesa Diretora do Senado Federal, senador Mão Santa (PSC-PI), suspendeu nesta quinta-feira (15) a indicação de Paulo Vieira para uma diretoria da Agência Nacional de Águas (ANA). A indicação foi aprovada pelo Senado nessa quarta-feira (14), mas havia sido rejeitada pela própria Casa em dezembro do ano passado. A oposição diz não ter percebido que se tratava de Vieira e promete ir ao Supremo Tribunal Federal (STF) se a aprovação não for cancelada.A indicação de Vieira foi rejeitada em dezembro de 2009 pelo plenário por 26 votos a 25. O senador Magno Malta (PR-ES) recorreu da decisão para a Comissão de Constituição e Justiça (CCJ), pedindo a anulação desta e uma nova votação. O presidente da CCJ, Demóstenes Torres (DEM-GO), emitiu parecer contrário ao recurso e destacou que só por acordo de líderes ou da Mesa Diretora a votação poderia ser refeita.Na sessão de quarta-feira (14), o nome de Vieira foi incluído no meio de duas votações de autoridades para o Superior Tribunal Militar (STM) a pedido do líder do governo, Romero Jucá (PMDB-RR). Ele afirmou ter um acordo com os líderes para a votação e nenhum senador questionou o tema na ocasião.Nesta quinta-feira (15), a oposição reclamou da ação. Os líderes do DEM, José Agripino (RN), e do PSDB, Arthur Virgílio (AM), apresentaram uma questão de ordem pedindo que a aprovação fosse anulada. “Foi um gesto sorrateiro, desleal”, disse Virgílio no plenário.ProtestoDiante do protesto da oposição, Mão Santa, que presidia a sessão, decidiu suspender os resultados da votação até o retorno do presidente de fato, José Sarney (PMDB-AP), à Casa, o que só acontecerá na próxima semana.A oposição comemorou a atitude do terceiro-secretário, mas já avisou que recorrerá ao Supremo Tribunal Federal (STF) se a aprovação for mantida por Sarney. “Se não resolver, nós poderemos entrar com um mandado de segurança pedindo a anulação da votação de ontem”, afirmou Agripino.

Fonte: Portal G1
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Reunião do Coletivo de Saneamento 12 de abril

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CI apresentará quatro projetos para atualizar marco regulatório do saneamento

A Comissão de Serviços de Infraestrutura (CI) acaba de encerrar com a aprovação de iniciativa para que o colegiado apresente quatro projetos de lei para atualizar e modernizar o marco regulatório do saneamento básico. As proposições foram fruto de audiência pública realizada em novembro do ano passado na CI para discutir, com especialistas, o tema `Saneamento Básico: Situação do País e Propostas e Soluções`.Ainda na reunião os senadores decidiram adiar para a próxima semana a votação do projeto do Executivo que cria a Empresa Brasileira de Administração de Petróleo e Gás - a Petro-Sal (PLC 309/09). Também foi adiada a decisão sobre requerimento do senador Tasso Jereissati (PSDB-CE) que solicita a interrupção da tramitação deste projeto até que o Senado vote projeto que cria o regime de partilha para exploração de petróleo (PLC 16/10).

Fonte: Agência Senado
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A privatização da água nega o direito humano de ter acesso a ela

Na entrevista, concedida, por e-mail, Riccardo Petrella, italiano radicado na Bélgica, analisa o problema da água no mundo.Antes de refletir sobre a “crise da água”, ele enfatiza que “ararefação da água, da qual atualmente todo o mundo não para de falar,não é uma rarefação da quantidade de água em si, isso porque a quantidade de água doce que temos hoje é a mesma de 200 milhões de anos atrás.A rarefação é antes uma rarefação da qualidade de água para usos humanos em condições técnicas, econômicas e sócio/políticas ‘abordáveis’ e aceitáveis”, disse. Além da questão da qualidade da água, Petrella refletiu sobre problemas como a privatização da água, saneamento básico e Copenhague. “O direito à água para todos se confirma não ser uma prioridade principal das classes dirigentes mundiais. Sua prioridade é saber quem vai ganhar, no decurso dos próximos 15 anos, a batalha para a conquista e a supremacia do mercado de um bilhão de novos carros ‘verdes’, bem como aquela das novas moradias “verdes”, afirmou. Riccardo Petrella nasceu na Itália, mas hoje vive na Bélgica. É economista e cientista político, e já esteve diversas vezes no Brasil. Confira a entrevista.
IHU On-Line - Como avalia, de maneira mais geral, a qualidade da água no mundo?
Riccardo Petrella - No que se refere à água doce acessível e utilizável para usos humanos, a qualidade da água continua a se deteriorar. Isso ocorre mesmo depois dos dirigentes do mundo inteiro tomarem consciência, pelo fim dos anos 1960 e começo dos anos 1970, da amplitude e da gravidade dos problemas da água. Na verdade, a rarefação da água, da qual atualmente todo o mundo não pára de falar, não é uma rarefação da quantidade de água em si (a quantidade da água doce sobre a terra não muda. Ela é a mesma que aquela de 200 milhões de anos atrás, como ela será a mesma daqui a 100 milhões de anos ou mais). A rarefação é antes uma rarefação da qualidade de água para usos humanos em condições técnicas, econômicas e sócio/políticas ‘abordáveis’ e aceitáveis. As razões do agravamento do estado qualitativo da água são múltiplas e variadas. As principais são as retiradas ou extrações excessivas e os fenômenos de contaminação e de poluição. É preciso considerar, além disso, a má gestão dos solos e das bacias hidrográficas, notadamente transnacionais.
IHU On-Line - Qual é sua opinião sobre a privatização da água, considerando que ela deveria ser um bem público universal?
Riccardo Petrella - Eu sou contrário à privatização da água por duas razões principais: primeiro, porque ela se traduz pela mercantilização da água e, por conseguinte, pela mercantilização da vida. Assim, todo mundo reconhece que a água é sinônimo de vida, ou seja, “fonte” de vida. Ora, privatizar os serviços de água significa tratar a água como mercadoria, mesmo que determinados poderes públicos tentem dizer que se trata de uma mercadoria diferente das outras. A segunda razão que mostra que sou contrário é porque a privatização também implica na privatização do poder político, das decisões em matéria de salvaguarda da água, de seus usos e do direito à água. A água é um bem essencial e insubstituível à vida, e não se pode, por isso, confiar o poder de decisão a seu respeito a indivíduos privados. É escandaloso pensar que a água possa ser fonte de lucro, e que os objetivos de rentabilidade financeira ditem as escolhas e as prioridades da gestão dela. Além disso, sendo a gestão da água necessariamente organizada sobre bases de monopólio natural, é inimaginável que o acesso à água possa gerar lucros. No quadro da privatização, o acesso à água é subordinado ao poder de compra dos indivíduos e das organizações. Os seres humanos deixam de ser cidadãos para se tornarem consumidores e clientes de água. Ora, o acesso à água é e deve ser considerado e concretizado enquanto direito humano, a saber, um direito universal, indivisível e imprescritível. A sociedade, e as autoridades públicas em particular traem sua função e abandonam suas responsabilidades procedendo à privatização da água. Opor-se à privatização não significa ignorar a existência dos custos que comporta pôr a água à disposição para os usos humanos vitais e a questão de sua cobertura e financiamento. Os custos, que são importantes, devem ser assumidos pela coletividade através dos processos fiscais gerais e específicos. O financiamento dos investimentos referentes a todo serviço público relativo à satisfação de um direito humano é de responsabilidade comum dos membros da comunidade, do nível local aos níveis nacional e internacional. Confiar tal financiamento ao consumidor para o pagamento de um preço é esvaziar de sentido o direito humano à vida e mudar a própria natureza da água. No que se refere à água mineral engarrafada, convém denunciar a mistificação mundial operada no decurso dos últimos 30 anos. Por definição, a água mineral natural não é uma água potável, pois ela não pode ser tratada, mas deve ser engarrafada tal como ela sai da fonte, sob pena de perder suas características. Somente se pode reduzir ou acrescentar anidrido carbônico. Uma água potável é a que sofreu um tratamento que corresponde aos critérios (nacionais ou internacionais) de potabilidade. Por esta razão, as águas minerais naturais engarrafadas podem ser objeto unicamente de um uso temporário, descontínuo e específico, por sua relação a certas características em sais minerais que atribuem a essas águas propriedades para-terapêuticas. Ora, uma vasta campanha publicitária conduzida nestas últimas décadas conseguiu fazer a opinião pública crer que a água mineral natural é melhor que a água da torneira, que é preciso beber água mineral para garantir melhor saúde, que as águas minerais engarrafadas são mais puras do que a água potável etc. Isso é estritamente falso. O sucesso das águas minerais naturais é devido principalmente à publicidade e a uma estratégia voluntarista de marketing da parte das companhias multinacionais das bebidas gasosas doces, que chegou a transformar as águas minerais num gigantesco mercado mundial muito sumarento. Há também outra razão, de natureza socioeconômica, ligada ao fato que nossas sociedades se tornaram sistemas de altíssima mobilidade das pessoas. As garrafas de água mineral em plástico, em múltiplos formatos, têm sido uma resposta muito eficaz aos “imperativos” de um modo de vida muito móvel.
IHU On-Line - Quais são os maiores desafios no mundo atual em relação à questão do saneamento básico?
Riccardo Petrella - O principal desafio é, evidentemente, a saúde. Ainda hoje, uma das principais causas da mortalidade infantil no mundo é a ausência de água doce ou o recurso inevitável a uma água de má qualidade bioquímica, bem como a ausência de serviços higiênicos e sanitários adequados. É vergonhoso que 2,6 bilhões de seres humanos ainda não saibam o que é uma toalete ou um sanitário público. É inaceitável que, em 2010, haja 4900 crianças com menos de seis anos que morrem a cada dia no mundo por causa de doenças devidas especificamente à ausência de água e de serviços higiênicos. O que é inaceitável, em particular, é que a mortalidade citada não é devida ao fato das crianças e mulheres habitarem em regiões onde a água esteja faltando. Isso também existe, mas a causa principal é representada pelo fato dessas pessoas serem pobres. O empobrecimento atual de amplas fatias das populações da África, da Ásia e da América Latina está na origem das desigualdades no acesso à água e, por conseguinte, à saúde e à vida. É importante destacar que uma responsabilidade direta desse estado de coisas cabe também às classes dirigentes dos países dessas regiões, pois elas não utilizam nem os recursos financeiros limitados de que dispõem, nem os recursos naturais dos quais seus países são frequentemente muito ricos. Assim, os investimentos nas infraestruturas e serviços referentes ao tratamento das águas usadas e sua reciclagem são, de longe, inferiores àqueles destinados a manter ou reforçar seus poderes e seus privilégios no contexto de uma subordinação da economia do país aos interesses dos fortes poderes das empresas multinacionais e dos Estados ex ou neocolonizadores.
IHU On-Line - Em sua opinião, quem deveria cuidar da gestão do setor hídrico? Riccardo Petrella - Permita-me, aqui, acrescentar algumas observações a propósito de um tema interessante, emblemático das ambiguidades e mistificações existentes em matéria de água, alimentadas pelos grupos sociais dominantes. Refiro-me ao conceito de PPP (Partilha Pública Privada) que, segundo esses grupos, devia representar o modelo ideal para conjugar harmoniosamente os objetivos, de um lado, do acesso à água para todos e o tratamento da água enquanto bem comum, e, de outro lado, de uma gestão eficaz e eficiente dos serviços de água no interesse dos prestadores e dos “consumidores”. Observe que o Banco Mundial assume o conceito de PPP desde 1993 e utiliza a obrigação de sua aplicação como condição da outorga de sua parte de empréstimos para o financiamento no domínio da água aos países do Sul. A experiência demonstrou que o PPP se tornou, sobretudo, um instrumento de subordinação do desenvolvimento dos serviços de água aos imperativos de rentabilidade financeira das empresas multinacionais privadas estrangeiras - francesas e britânicas, notadamente - às quais a gestão da água tem sido confiada, após sua inserção no mercado em obediência ao princípio de liberalização dos serviços públicos imposta pelo Banco Mundial. De fato, o PPP se traduziu pela Privatização do Poder Político, verdadeiro apossamento do controle dos recursos naturais do país pelos grandes grupos industriais, comerciais e financeiros mundiais (chineses e indianos incluídos). Os numerosos casos recentes de abandono do PPP parecem indicar o fim da mistificação. IHU On-Line - Como o senhor interpreta o fato de Copenhague não ter debatido a questão da água? Riccardo Petrella - A recusa de incluir a problemática da água nas negociações sobre o desenvolvimento e o meio ambiente iniciadas no Rio de Janeiro, em 1992 e, em particular, no quadro da United Nations Framework Convention on Climatic Change (UNFCCC) iniciada no Rio de Janeiro e aprovada em 1994, data deste período. Depois, não se conseguiu mais convencer os Estados fortes da ONU (EUA, China, França, UK, Alemanha, Canadá, Brasil, Egito, Japão, Rússia etc) de considerarem a água como parte integrante das negociações sobre o clima. Portanto, todos os trabalhos do Grupo intergovernamental de Estudo sobre o Clima (GIEC) puseram sistematicamente em evidência os elos fundamentais entre a mudança climática e a água, simultaneamente no que se refere às causas e efeitos da mudança climática. A razão principal dessa recusa, a meu ver, é dupla. Primeiro, o direito à água para todos se confirma não ser uma prioridade principal das classes dirigentes mundiais. Sua prioridade é saber quem vai ganhar no decurso dos próximos 15 anos a batalha para a conquista e a supremacia do mercado de um bilhão de novos carros ‘verdes’, bem como aquela das novas moradias ‘verdes’ (de energia passiva e ativa). Foi assim que, em Copenhague, ignorou-se totalmente a questão da necessária transformação profunda das enormes favelas onde estão “recolhidos” e “se depositam” centenas de milhões de seres humanos considerados como “rejeitos” e “matérias-primas produtivas” de preço vil. Segundo, as classes dirigentes estão conscientes que, se introduzissem a água nas negociações sobre o clima, deveriam se engajar para operar transformações radicais da economia dominante e de seus modos de vida.
IHU On-Line - O senhor acredita que a água em penúria poderá vir a ser uma das principais causas de guerra no século 21?
Riccardo Petrella - Se os grupos sociais dominantes continuarem a aplicar os princípios políticos e a manter as escolhas econômicas fundamentais atuais, as “guerras” da água se tornarão frequentes e cada vez mais “mortíferas”. Não poderia ser de outra maneira na base da aplicação dos princípios de soberania nacional absoluta sobre os recursos hídricos e da segurança nacional no aprovisionamento de água, garantia da segurança alimentar, energética e econômica em geral do país. Os cenários das guerras da água serão inevitáveis se as políticas de mitigação e de adaptação à mudança climática forem dominadas pelas estratégias de sobrevivência do “cada um por si”. Enfim, as guerras da água terão lugar se os grupos sociais dominantes continuarem a impor, no domínio da água e da vida, o paradigma econômico hoje dominante, mercadológico, produtivista e financeiramente utilitarista. Inversamente, as guerras da água não são nem inelutáveis nem inevitáveis se outra concepção da água e da vida se afirmar no decurso dos próximos 20 anos no sulco do paradigma de uma sociedade justa, durável e eficaz em escala mundial. Em suma, as guerras da água só terão lugar se nossas classes dirigentes o quiserem. IHU On-Line - Como vai o trabalho do Contrato Mundial da Água? Quais são os principais avanços e objetivos a serem obtidos?
Riccardo Petrella - Os trabalhos que conduziram à criação, em 1997, do Comitê Internacional para o Contrato Mundial da Água remontam aos anos de 1994-95 em torno da reação do “Manifesto da Água. Por um Contrato Mundial”. Uma das principais contribuições do Contrato Mundial da Água foi não somente o de ter contribuído, com outros grupos, associações e movimentos, à sensibilização e mobilização culturais sobre as questões da água, mas principalmente de ter feito sair a problemática da água do domínio da política ambiental para inscrevê-la principalmente no domínio da política da vida, do modelo de sociedade. Tal tem sido o papel específico, inovador sob diversos aspectos, das diferentes Associações para o Contrato Mundial da Água (ACME) que se constituíram na Bélgica, na Itália, na França, em Quebec, na Suíça, no Marrocos, entre outros países. O movimento nascido com o Contrato Mundial da Água contribuiu para fazer tomar consciência dos estreitos elos entre o direito humano à água e o regime econômico de propriedade e de gestão da água e, notadamente, o elo entre a pobreza/empobrecimento e o não acesso à água. Diante do Manifesto da Água, a tese sobre o não acesso à água e a desigualdade no acesso eram “explicados” pela injustiça da natureza e pelo fator demográfico. Foi somente em 2006 que, pela primeira vez, uma agência das Nações Unidas reconheceu que a principal causa do não acesso e das desigualdades no acesso à água são a pobreza e a desigualdade no poder. Creio, também, que o Contrato Mundial da Água participou ativamente da luta contra a privatização e a mercantilização, evitando, em certos países, que elas se afirmem, e, contribuindo, em outros, para que a pressão em favor da re-publicização da água produza resultados concretos. É de assinalar, enfim, seu papel desempenhado no desenvolvimento de “faculdades da água” na Itália, na França, no Brasil, na Argentina etc., e, mais recentemente, no nascimento de novas formas de diálogo inter-religioso e de grandes tradições morais em favor de uma mobilização conjunta pelo direito da água para todos e da água como bem comum e patrimônio da humanidade e de todas as espécies vivas.

Fonte: Envolverde/IHU-OnLine
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Fórum Social Urbano: Sociedade civil se mobiliza contra a cidade “neoliberal”. Leia a carta do Rio

Os representantes dos movimentos sociais, universidades, Ongs e sindicatos reunidos no Fórum Social Urbano - evento paralelo ao Fórum Urbano Mundial, realizado no Rio de Janeiro - votaram ao final do encontro um documento no qual “convocam todos os que lutam contra a cidade neoliberal, a serviço do mercado e do capital, a unirem-se, solidários, num movimento internacional pelo direito à cidade e pela democracia e justiça urbanas”. Batizado como Carta do Rio, o documento foi aprovado na sexta-feira (26) e será encaminhado a uma comissão responsável por sua redação final.Segundo a Carta do Rio, as empresas transnacionais e as agências multilaterais, assim como seus ideólogos e representantes políticos, têm um modelo próprio de cidade ideal: “É a cidade globalizada, associada aos mercados globais por fluxos e hierarquias e submetida aos interesses daqueles poucos que controlam e regulam os mercados desde seus escritórios nas metrópoles centrais”. O documento afirma ainda que o modelo neoliberal prega a existência de uma cidade “dirigida por administradores-empreendedores, livre de qualquer controle público e ávida por parcerias público-privadas”.Para os participantes do FSU, as conseqüências dessa visão de cidade são perversas e evidentes: “Mais desigualdade, mais desemprego, pobreza crescente, degradação da qualidade de vida para milhões, injustiça e crise ambientais, aumento da violência, criminalização dos pobres, frustração e desespero”. No modelo urbano neoliberal, prossegue a Carta do Rio, “a cidade se transfigura numa aglomeração de cidadelas para os ricos, enclaves para as classes médias, bairros vulneráveis para as classes trabalhadoras e guetos para os mais pobres e grupos discriminados”.A última crise financeira global, segundo o documento, fez “cair definitivamente a máscara” do modelo urbano neoliberal: “Tendo por origem a mercantilização e financeirização ilimitada das cidades, a crise se rebate sobre essas mesmas cidades, com mais desemprego, mais trabalhadores sem teto, mais desigualdade”. No entanto, dizem os participantes do FSU, “as grandes corporações e agências multilaterais não têm nada a oferecer a não ser mais do mesmo” às cidades: “No contexto de uma nova e perversa distribuição desigual dos ônus da crise, a cidade se reafirma como lugar de produção e reprodução da desigualdade e da pobreza urbanas”.A Carta do Rio defende a criação de alternativas ao modelo neoliberal, “baseadas em valores e objetivos diferenciados, em outros ideais de cidade, numa urbanidade e num planejamento urbano insurgentes, que desafiam e contrariam o mercado”. As alternativas, segundo os participantes do FSU, já começam a aparecer: “Mundo afora vêm brotando alternativas a este modelo de cidade. Em muitas cidades com governos progressistas, populares e democráticos, mas também em bairros e comunidades dentro de cidades sob hegemonia neoliberal”.Movimento internacional Feito o diagnóstico da crise do modelo neoliberal de cidade, o próximo passo, de acordo com o FSU, é aprofundar o movimento internacional alternativo. Para tanto, ficou definido que 25 de março passa a ser “o dia internacional de luta pelo direito à cidade e pela democracia e justiça urbanas”. Também foi decidida a realização do segundo Fórum Social Urbano daqui a dois anos, quando acontecerá a próxima edição do Fórum Urbano Mundial: “Estamos agora desafiados a dar um novo passo: construir e estruturar um forte movimento que cimente nossa solidariedade internacional e nos ajude a coletar, organizar e difundir nossas conquistas”.A iniciativa de mobilização internacional é importante, pois raras têm sido as oportunidades, segundo a Carta do Rio, de reunir os militantes das lutas urbanas entre si e destes com pesquisadores, planejadores e urbanistas progressistas: “Apesar de sua riqueza e universalidade, raramente tais experiências têm sido olhadas e pensadas como um processo qualitativamente novo e, sobretudo, com uma dinâmica abrangente, capaz de oferecer novas maneiras de desafiar a agenda urbana dominante”, diz o documento.Criado em Harvard Um dos organizadores do FSU, o professor Carlos Vainer, da UFRJ, afirma que “o plano estratégico das cidades neoliberais é criado em Harvard e obedece a um modelo empresarial”. Essa forma de pensar e organizar a realidade urbana, segundo Vainer, tem como base um tripé que coloca a cidade como mercadoria, empresa e pátria: “A idéia de cidade mercadoria, por exemplo, está presente nos planejamentos do Rio de Janeiro, de Lisboa (Portugal) ou de Rosário (Argentina). É sempre o mesmo blá-blá-blá, com a cidade sendo apresentada como um objeto de luxo a ser vendido para um cliente preferencial, que é o grande capital internacional”.Vainer afirma que o conceito de cidade empresa, por sua vez, é aquele que coloca como prioridade a necessidade de aumentar o poder de atração e a competitividade das cidades num cenário de intensa concorrência neoliberal: “É a cidade entregue aos empresários”, resume. Por fim, o conceito de cidade pátria, segundo o professor, é aquele que “realiza a idéia de cidadania sem política, onde toda divergência é uma ameaça a nossa competitividade”. Como exemplo, Vainer cita a mobilização das elites dirigentes em torno da realização das Olimpíadas do Rio de Janeiro, em 2016: “O uso patriótico desse tipo de evento, na base do ame-o ou deixe-o, busca tornar refém a maior parte da população da cidade”.

Fonte: FSU